6.2.05

'PAÍS EM inho'

Nada me parece mais pertinente nem adequado do que relembrar a dissertação poética de Manuel Alegre, nesta época de decisão política e fazer-nos pensar e constatar como este país é revoltantemente acomodado com a falta de energia que germina nas vísceras da Alma lusa.

"É preciso (como diz o Torga) correntes de ar
pois falta ó Cesariny é verdade que falta
por aqui uma grande razão.
(Que não seja só uma palavra). Falta uma fúria.
Neste país lamúria. Neste país lamúria.

Um pouco mais de brasa. Ou se preferem
(como diria Mário Sá-Carneiro)
um pouco mais de golpe de asa. Pois falta ó Breton
um amor louco (laico e louco)
Neste país do pouco. Neste país do pouco.

(...)
Pois falta aqui o verbo ser. E sobra o ter.
Falta a sobra e sobra a falta. Ó proletários da tristeza
falta a ciência mais exacta: a poesia.
E há muito já que um poeta disse: É a Hora.
Neste país de aqui. Neste país de agora."

Molero.

5.2.05

Alguém sabe para que servem os "Jotinhas"?!?

Mais parecendo um 'derby' de índole futebolesca, a campanha eleitoral para as eleições legislativas começa hoje, vincada por ataques pessoais que em nada ajudam ao esclarecimento pessoal daquilo que verdadeiramente significa mudança na vida de todos nós. Também é certo que não é nada a que não estejamos habituados! Mas Enfim...é o que temos!
Desde sempre se forma por entre os meus neuróneos uma encruzilhada desconcertante quando olho para o fenómeno pitoresco e um tanto ou quanto ridículo que são as "Jotas", aqueles miúdos, muitos deles (para não dizer quase todos) nem sequer conseguem definir o que é Direita ou Esquerda muito menos dintinguir o impacto de determinada política no rumo que o país tomará. Sempre assemelhei tais personagens à instituição militar, como se a sua subida na carreira apenas se devesse aos anos que com inestimável afinco dedicam ao partido e que em nada se correlacionam com o mérito e competência para ajudar a melhorar o rumo do país. Partido este, que encaram como um grau incomensurável de 'clubite', numa espécie de sentimento de dever em defender o partido mesmo que isso signifique contradizer aquilo que os próprios pensam interiormente.
Encarar assim a vida política não é mais do que, por um lado, um "auto-atestado" de estupidez e por outro a distorção completa daquilo que é o sistema democrático que temos. Aquilo que deve presidir à nossa escolha eleitoral são razões exclusivamente de carácter racional onde a emoção não tem lugar. Não se pode escolher um partido da mesma forma e segundo os mesmos critérios com que escolhemos um clube de futebol, as duas áreas têm naturezas irremediávelmente diversas.
A opção política não é mais do que atender ao nosso lado racional, porventura por isso mesmo é que as eleições em todo o Mundo se decidem no centro político, isto é, naqueles que votam analisando "friamente", leia-se sem qualquer 'grama' de emoção, quais são as melhores propostas para mudar o país e que oscilam entre os dois partidos que ocupam esse território.
Esperemos, então, que os portugueses votem de acordo com a consciência daquilo que melhor servirá o interesse do país e que interiorizem que a mudança de portugal começa primordialmente em cada um de nós. Para ganharmos o crédito a opinar as decisões do governo que sairá do dia 20 com força moral verdadeiramente reforçada, somos 'obrigados' a exercer o direito que tanto custou a alcançar e que muitos povos neste planeta ainda não possuem, O VOTO! VOTEM, a verdadeira mudança do país começa aí, ou parafraseando o presidente do Santanetes Futebol Clube numa espécie de concurso ao óscar lusitano do humor, e paço a citar "Contem comigo. Eu atrevo-me a dizer, conto convosco também!"

Molero.

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