15.10.08

Transparência

Estico a retina ao ponto de a partir
consigo ver-te deitada e
congelada pela leveza dos poros
que se sucedem a cada milímetro
do teu corpo
Estico a retina ao ponto de a partir
consigo imaginar-te ausente
como se os sons se construíssem
a cada milímetro
do meu corpo
Estico a retina ao ponto de a partir
consigo ouvir-te olhar-te
pedir-te que segredes poemas
monossilábicos e transparentes.

Molero