12.6.06

Irmão dos dias

como chávena branca, apenas um gesto te dava
fronteiras de planície sobre o braço
em mutação, numa revolta de embaraço,
de paragem de peito que transbordava.

estavas azul e laranja num traço
de sombra que o final do sonho me parava
e a boca era luz que condensava
o mais negro verbo pintado a aço.

apenas o peso do sonho te faria
espreguiçar a ilusão e a verdade,
irmã dos dias e dos poemas que serão.

rasgando em branco de eterna utopia,
a dor dos olhos, a pena da claridade,
o gesto que me dará a mais escura prisão.

Molero

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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