Cigarro
Escorregava, dançava-me, nas mãos e nos nós que os dedos fazem a meio, vão-se dobrando, deslizava-nos a voz pelo pensativo cigarro da forma da faca. Entrava para dentro, nas queimaduras, nos círculos de sangue morto e absorto e derrotado, o corpo e o sangue, partidos à facada. Aqui no negro tom de festa, onde a terra já é sangue, os olhos são já vidro, as pernas são ainda vácuo. Nem flores, nem frutos. Nem sangue que grita, nem gritos que sangram.
Consigo esventrar o sangue escuro que me subiu pela pele, pela dor, e tu que sempre deslizaste a voz pelo cigarro irrequieto, bicho que não sente mas fala, fala-me, e fala-te. A ti como a mim.
Um bicho que ouve e me tenta levar para longe
de ti.
Molero
Consigo esventrar o sangue escuro que me subiu pela pele, pela dor, e tu que sempre deslizaste a voz pelo cigarro irrequieto, bicho que não sente mas fala, fala-me, e fala-te. A ti como a mim.
Um bicho que ouve e me tenta levar para longe
de ti.
Molero
2 Comments:
Keep up the good work. thnx!
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