13.4.06

Neste

Neste sonho perpendicularmente separado em facções,
neste caminho prendido aos encantos do vácuo,
neste fio condutor de vazios e omissões inconstantes,
neste saber que nada se sabe do que um dia se pensou
ter.
Neste cúmulo de folhas sem árvore, de mãos sem braços, de guitarras sem música,
ruídos.
Neste sentir agulhas de palavras afiadas, sangra. Sangra-me. Espera-me, espera-me.
Neste rodopiar sem
círculo-guia. Torno de um coração cicateiro,
que nada ouve do que lhe tentas

dizer.

Molero