16.4.06

Resto

Nada
eu sou. Nada.
Nada de nada, se possível.

Que a água do copo não o consegue todo encher.
Que a manta que no tentar tapar sempre me descobre.
Que ao nada vamos tremendo as pernas. Fugindo os olhos.
Que ao nada escondemos o sempre que o tudo nos deu.
Que os mares seguirão para os rios todos.
Que o silêncio da música é ainda parte dela. Sobretudo. Dela.
Que o sempre é o que tivemos quando o nada morreu.

O que sobra? O que nos fica do algo que nasceu?
O que fica é apenas a sombra morta do que nos sobeja,
entre o nada e o tudo. O

resto. Tudo o resto.

Molero