6.2.06

Palavra escondida

Não me escondam o chão que piso
aqui onde o céu oferece o que emprestou
o solo que me trouxe é onde preciso
de encontrar o eu que já não sou.

Não me tirem a palavra em que digo
que o poema da tragédia é o verdadeiro
Ergo-me e clamo pela vida em que estou contigo
e sinto o teu adeus como derradeiro.

Aqui nada me diz que as palavras são
o alimento da alma e do coração

Aqui ninguém me diz que os poemas são
a ponte que levará o Homem até à razão.

Molero