30.1.06

Ao vento

A mão que escreve esses versos
É a mão que faz a Guerra e que treme os passos
Esses passos que dividem o Tempo em pedaços
E o frio que atormenta a Paz em teus braços.

Porque nada cala o grito de quem ama
Porque a tudo estende o braço, na chuva e na lama
E sozinho, nada lhe conta, do que foi o Tempo em plena chama
Sozinho não lhe diz quem será aquela que ama!

Ó vento, leva-me contigo no teu regaço
Contigo irei onde o Tempo não é mais que uma linha, que um traço
da vida que não tive, que não terei.
No dia em que a terra se abrirá e que sem ti eu partirei.

Molero