4.10.05

Tic tac


O tic tac do meu relógio de pêndulo bate como sentimentos.
O meu amor pela tua ausência ocupou o espaço que o afecto julgava dele.

Ressoava sobre os meus dedos a tua sombra cada vez mais distante e silenciosa,
Numa dança de luzes ocas e vazias,
Num sopro de brisas quentes e cortantes,
Numa linha de sentimentos severos e inebriantes.

Assim conseguiste dizer-me o 'adeus' pacífico e cordial que o meu corpo precisava de ouvir do teu.
Assim encontraste a minha solidão sem que eu alguma vez desse conta.
Assim fugimos do sonho que nunca nos faria felizes...
Pelo menos a mim.
Felizmente esse tic tac também se silenciou.

Molero