11.1.06

Hoje estavas nos meus olhos

Os teus olhos são
Como um som que se vê e se ouve no escuro em que estou contigo
Em dias em que assinas o meu nome numa folha em branco e me chamas amigo
Como naqueles gestos lentos, parados como são agora os meus
Em linhas de tinta sonolenta, louca, vazia de ti e de nós...e dos olhos teus
Como quem em sonho de um grito sussurante me escreve a dizer "Sim, és tu! Sim."
Em olhares que imagino cruzarem-se com os teus e oiço que são para mim
Em colcheiras que oiço no disco em que a tua voz é igual à minha razão
Em poemas que nunca escreveste mas que sinto como sacos cheios da tua emoção
Como as luzes que não se ligam...nem se desligam para ti porque nunca fez sentido
Como os sons que não se ouvem nem se vêm na luz em que tu estás comigo.

Molero