5.11.06

Oculto

Bem sei que não sabes o que esperas,
nesse banco de imaginários,
por quem esperas? Ainda não sabes,
ainda. Perfuro as noites procurando
quem afinal tu esperas. Quem? Espreito pelas fechaduras
das janelas e só vejo o negro e a cegueira,
vejo apenas o ladrar de cães de noite, de sombra,
Ladram, ladram, ventilam. Sopram-te.
Outros, como eu, percorrem
a noite e as trevas, em caminhos tremendo, para ver quem afinal
esperas. Mas só vemos o sombrio, os fantasmas e os cães de
noite. Queremos ver o que não se vê:
o negro

o negro, A secreta bomba da vida.

Molero