15.10.07

AL #1

Acordo ainda sonhando, olho a cama, o quarto, o chão, não me escondo lá, abro portas, fecho portas, volto a olhar o quarto e não me vejo, não me vejo nele, mais tarde quase noite, tropeço em mim partido aos pedaços, esconsos, desencaixados e desprovidos de posições, desprovidos de sentidos, escorrendo em gotas, na janela, sobrevoo o quarto, a casa, e afasto-me, afasto-me, tão longe que não acordarei nunca mais, nunca mais. Mais.

Molero