12.9.07

espelhos

, um homem que fazia de um dia um sonho
à força de pernas e de dedos
, um rio que corre
corre
corre
percorre
, um rio que corre sobre um braço de sangue
montanhas que se alongam como línguas beijando
, um dia feito do barro do sonho
peladado com as pernas dos homens
peladado à força de lágrimas e de ais
, e espelhos olhando espelhos que reflectem espelhos
que me reflectem
e, no fim de tudo, um homem
que fazia de um dia um sonho
escreve:

eu.

Molero

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O que seria de nós sem os espelhos para nos nos revelar quem verdadeiramente somos?

(Sou o Fábio, aquele sujeito incrivelmente sem gravata no Baile de Finalistas, amigo do teu irmão; o nome com que assino é das mais puras coincidências)

(Pouca objectividade)

Um abraço ao Molero.

6:58 da tarde  
Blogger João Teago Figueiredo said...

Este comentário foi removido pelo autor.

4:43 da tarde  
Blogger João Teago Figueiredo said...

Precisamente, Fábio. A essência da personalidade é maioritariamente a consciência do seu reflexo nos outros. No fundo, muitas vezes (quase todas, diria), o que procuramos não é aperfeiçoar o que realmente somos, mas antes o que de nós é reflectido nos outros. Ora, esta "consciência em reflexo", vai de encontro à tua questão.

Muito obrigado pelo comentário.

(Claro que me lembro de ti no Baile, Fábio. Espero que continues a passar por este espaço e que o conteúdo te agrade)

Forte abraço.

Molero

8:41 da tarde  

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